sábado, 10 de setembro de 2011

Catavento




Especialmente dispersa. O tema da conversa ainda batendo na cabeça. Sensação de estar desconectada com o meu momento e vontades. Dúvidas giram como um catavento colorido.

Por que, afinal, as coisas são condicionadas? Se vai fazer isso, não pode fazer aquilo. Se gosta do vermelho, não pode gostar do azul. Se tem um plano, inviabiliza outro. Por quê?

O desconhecido também me assusta, mas isso não quer dizer que vou desistir de dar o próximo passo. Estagnação e frustração andam assustadoramente juntas.

Me cobram planejamento, mas nunca fui boa nisso. Já cheguei antes do tempo previsto desde o parto, pra terror dos que me esperavam para quase 3 meses depois.

Então, por que cargas d`água me dizem agora que tenho de escolher entre viver e deixar viver? Onde foi que perdi um fio dessa teia?

Me acusam de deslumbrada, mas onde está o deslumbre em querer mais, em querer superar, em querer respirar sem aparelhos?

Como pessoas tão imantadas podem, ao mesmo tempo, ter tantas diferenças?

Na esquina, por ora nebulosa, aponta uma oponente interrogação vermelha. Só sinto e ouço o barulho do vento.

De longe, a imagem turva deixa à mostra apenas um suave colorir que, de perto, revela um quase desfeito catavento.