quarta-feira, 31 de agosto de 2011

E afinal, o que querem as mulheres?


Texto emprestado é aquele que vale muito a pena ser compartilhado. E assim que tem que ser:

O romance acabou?
Diante do comportamento das mulheres, tenho um amigo que acha que sim

IVAN MARTINS*


Homens também se queixam. Ao contrário do que imaginam as mulheres, muitos deles estão perdidos e confusos com a forma atual dos relacionamentos. Muitos homens se ressentem da falta de relações mais claras, mais corteses, menos predatórias. Sofrem com isso. Tendo vivido experiências ruins e inesperadas, eles se perguntam, angustiados, se o romance acabou.

Conto uma história:

Tenho um amigo que acaba de se separar depois de 10 anos exatos de casamento. Está de volta ao mercado faz alguns meses e descobriu que as coisas mudaram. “As mulheres não são mais as mesmas”, ele concluiu. Meu amigo teve duas experiências parecidas, ambas ruins.

Na primeira, conheceu uma garota numa festa, passaram uma noite bacana – que teve romance, mas não chegou ao sexo – durante a qual ela insistiu, mais de uma vez, que eles deveriam voltar a se ver. Claro, ele disse. Havia gostado da garota. Trocaram telefones. Quando ele ligou dias, uns dias depois, ela atendeu de forma apressada e evasiva. Meu amigo deixou passar outro par de dias e ligou novamente. Desta vez marcaram um encontro, durante o qual ela se portou de forma distante e fria. Atônito, ele procurou a amiga que os havia apresentado e soube que a garota “tinha problemas com um ex-namorado”. Desistiu de procurá-la.

A outra experiência foi pior. Ele conheceu uma garota, transaram e começaram uma relação. Escaldado pela experiência anterior, diz que evitou procurar demais ou ligar demais ou parecer interessado demais. Funcionou, por algum tempo. Mas, estimulado pelas demonstrações de carinho, interesse e até ciúme da parte dela, ele diz que baixou a guarda e se deixou envolver. Então as coisas começaram a desandar. Diante de alguns perdidos, depois que ela sumiu um fim de semana inteiro, ele perguntou o que estava acontecendo e ouviu um clássico: “Não gosto de ser cobrada”. Daí foi ladeira abaixo até a ruptura, alguns dias e vários telefonemas infames depois. Essa parte todo mundo sabe como é.

Meu amigo está bravo, perplexo e pessimista.

Acha que durante o seu casamento ocorreu uma mutação que transformou as mulheres em bichos masculinizados. Elas não querem proximidade, intimidade, compromisso. O jeito tradicional de conquistá-las – oferecendo atenção, carinho e exclusividade – não funciona mais. Homens e mulheres dizem ao meu amigo que “essas meninas não sabem se relacionar”. Que o único jeito com elas é transar, tratar mal e manter distância. Assim elas ficam interessadas. “Têm pânico de envolvimento”, dizem a ele. Namoro como ele gostaria não existe mais, garantem. Relaxar gostosinho e viver um relacionamento apaixonado? Nem pensar: cada um tem duas ou três pessoas para consumo eventual, mas, a rigor, ninguém é de ninguém. É open bar, dizem a ele, mas não se pode levar nada para casa.

O que vocês acham disso?


Eu acho que estão dizendo ao meu amigo apenas meia verdade. Sim, as coisas mudaram nos últimos anos. As relações entre homens e mulheres se tornaram mais duras, mais ásperas. Sim, as mulheres masculinizaram seu comportamento. Muitas agem com o mesmo desapego e frieza com que os homens sempre agiram: pegam, transam, largam. É uma espécie de retribuição. É também o prazer de exercer seus desejos sem culpas e sem remorsos, sem amarras morais. Com descaso pelo outro, claro. É um mundo darwiniano em que todo mundo bate e todo mundo sofre. Quem pode mais chora menos. Mas qual a surpresa? Vivemos o individualismo triunfante em todos os aspectos da existência, não seria diferente nos relacionamentos afetivos: “Ema, ema, ema, cada um com seus problema”.

Mas essa é apenas metade da verdade.

A outra metade – eu acho - é que nem todas as garotas estão felizes. Muitas estão loucas para descer da roda-gigante. Também querem carinho e sossego. Precisam ser amadas, bem tratadas, bem comidas. Nunca ter ninguém na noite de sexta-feira é uma droga. Acordar de ressaca no sábado ao lado de um cara qualquer não é o melhor começo de um fim de semana. Andar por aí procurando, todo o tempo, procurando. Quem quer essa vida? Em vez disso, que tal ir dirigir até a praia de casal, viajar para o Rio no feriado, andar de mãos dadas em agosto na avenida Paulista, antes de entrar no cinema? Minha experiência sugere que boa parte das garotas está interessada em romance, mas nem sabe direito onde procurar – e talvez nem saibam o que fazer quando a possibilidade se apresenta. Há tanto lixo na nossa cabeça que às vezes fica difícil ser feliz, né?

Digo a vocês, portanto, o que eu tenho dito ao meu amigo: paciência.

A mulher certa aparece, as coisas rolam. Já aconteceu comigo, vejo acontecendo à minha volta o tempo todo. As gatas mais selvagens acabam convertidas à monogamia pela dose certa de atenção, sexo e sentimento. Ao menos temporariamente. As mulheres mais evasivas podem ser envolvidas por uma conversa sincera e inteligente – desde que ela venha na hora certa, talvez do cara certo. Há que tentar sem medo.

Importante é não se deixar levar pela misoginia corrente, provocada pela perplexidade e pelo ressentimento dos homens. As mulheres não viraram monstros egoístas. Elas viraram seres humanos mais parecidos conosco. Demonizar o comportamento feminino não ajuda a entender droga nenhuma. Assim como não adianta endeusá-las. Nem santas, nem putas e nem filhas da puta, elas são só garotas.


*IVAN MARTINS é colunista da Revista Época e assina todas as quartas uma das minhas colunas preferidas. Não deixem de ler na versão online!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O AMOR É ÚNICO


Esse texto, divulgado virtualmente como sendo de autoria do jornalista Arthur da Távola, tirei de um comentário postado no blog 3X30, que sigo e está destacado logo aí abaixo, dentre os de minha preferência.

Atual e preciso, ele diz tudo sobre a difícil arte da convivência a dois. Quem não tem ou teve seus 5 minutos de dúvida, de raiva, de implicância com o ser amado, que atire a primeira pedra. E, nessas horas, nada como se deparar com um texto verdadeiro como esse. Boa leitura!


O AMOR É ÚNICO como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.

A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue,
A SEDUÇÃO tem que ser ininterrupta...

Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança, acabamos por sepultar uma relação que poderia
SER ETERNA.

Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas.
Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes, nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada, RESPEITO.

Agressões zero.
Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura, para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver BOM HUMOR para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades.
Tem que saber levar.

Amar só é pouco.
Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas para pagar.
Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar.
Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.

Entre casais que se unem , visando à longevidade do matrimônio, tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um.
Tem que haver confiança. Certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão.

E que amar "solamente", não basta.
Entre homens e mulheres que acham que
O AMOR É SÓ POESIA, tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.

O amor é grande, mas não são dois.
Tem que saber se aquele amor faz bem ou não, se não fizer bem, não é amor. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.

O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.
Um bom Amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Perdas e ganhos


Daqui a uma semana completa um mês da morte do meu pai e desde o ocorrido tenho procurado assimilar o fato, a minha reação e a dos outros e o que essa perda passa a representar, da minha maneira.

Independente da relação que eu mantinha com ele nos últimos anos, é inegável que o sentimento que fica é o de perda de referências. Ou seja, parte de mim ou do que eu entendia da minha formação como indivíduo foi-se com ele. Daqui para a frente não sou a Fernanda filha do Bruno, sou a Fernanda apesar do Bruno. Sou a Fernanda além do Bruno e isso soa estranho.

Crescemos e nos formamos tendo nossos pais como referências diretas, independente do momento que vivemos e da relação que mantemos com eles posteriormente. O caminho que a vida de cada um de nós toma ou tomará é influenciado diretamente por isso, para o bem ou não, em algum momento determinado, não tem jeito.

Meu pai foi bastante presente na minha infância e na dos meus irmãos, mas da maneira dele. Passava a imagem do provedor da casa, estava por ali, era carinhoso e atencioso no limite dele. Poderia ter feito ou se doado mais? Sim, poderia, mas quem garante que não fez um esforço inexorável na visão dele? Cada um é de um jeito, não adianta, e esse jeito resulta da maneira como se viveu, como se foi tratado, ensinado, como a pessoa sentiu e agiu ao longo dos tempos.

Depois dos filhos adultos, ele continuou presente, porém distante. E as coisas tomaram o rumo que tinham de tomar, seguiram o fluxo que era pra ser. Independente de expor a minha opinião a respeito de como ele foi como pai fica a idéia de que ele foi, do jeito dele. As mágoas e alguns ressentimentos ficam, mas a tendência é que sejam minimizados com o passar do tempo. Eu e meus irmãos estamos bem, crescemos saudáveis, fortes e estamos seguindo o nosso rumo, independente disso tudo.

Com a ida repentina dele, cada um digeriu seus sentimentos de uma forma, afinal, há diferentes maneiras de viver e de reagir diante da perda. Aliás, somente ela nos torna iguais como seres humanos, já que todos passaremos por ela em algum momento.

As perdas permeiam o cotidiano sim, mas dependem não só delas mesmas, mas igualmente de nós, de como decidimos vivenciá-las, já que as reações diante do mesmo acontecimento variam de pessoa para pessoa. E é esse o ensinamento e o ganho que fica.