quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Bússola de aluguel


Me dei conta de que, geralmente, depois de uma fase puxada de trabalho e de pouco descanso, a e inércia passa a me dominar. Inércia não no sentido de ficar parada, sem fazer nada, mas sim de aceitar a rotina imposta e seguir no piloto automático, como se nada demais tivesse acontecido, se o desgaste não fosse tamanho e o barco seguisse normalmente.

Imobilidade talvez seja a palavra mais adequada. Uma certa falta de interesse derivada da exaustão, física e mental. Uma falta de força para traçar novos objetivo, apesar de uma vontadezinha escondida lá no fundo.

Falo isso porque depois de mais de três meses mergulhada em uma campanha eleitoral, longe de casa e dos meus, ainda não consegui me desligar e retomar minhas coisas. Ainda não desacelerei, isso é verdade, mas vislumbro o feriado próximo como a imagem do meu oásis.

A casa segue bagunçada, as roupas para lavar se acumulam, os livros e revistas só crescem na pilha disposta há meses ao lado da cama. Consultas médicas a serem marcadas, revisão do carro, algumas tarefas de casa para serem acertadas, conversas para serem iniciadas, beijos a serem trocados e muita gente para ser resgatada do meu convívio. Fora a agenda cultural e de lazer que me instiga e ao mesmo tempo assusta diante de tanta oferta em aberto.

Minha vontade é fazer as malas e sumir por um tempo. Ganhar a estrada, conhecer novos lugares ou rever outros, ficar sem fazer nada, colocar o pé na areia, tomar um banho de mar, descobrir alguma nova inspiração até a volta. Férias seriam a solução perfeita, não fosse a falta de orçamento e de companhia momentâneos.

Não quero perder a direção, mas não estou conseguindo me concentrar em achar um novo rumo neste momento. Os caminhos parecem repletos, porém incertos. A palavra ócio aparece num sussurrar intenso, sinfonia perfeita para os meus ouvidos.

Me sinto à espera de algo que nem eu mesma sei o que é, de possibilidades infinitas que fogem ao alcance das mãos, de velhas novidades a serem descobertas. Alguém pode me emprestar uma bússola?

3 comentários:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Gostaria muito de te dar uma bússula, mas como não tenho espero que se você encontrar me empreste também kkk

Belo texto, reflexão!

Saudades de ti, bjs

3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Oi Fernanda,

Sua bússola virá até vc, acredite. Ela sempre vem, desde que estejamos abertos a recebê-la. E vc está.

Beijo grande, ótimo finde procê,

Bela - A Divorciada

NUMEROLOGIA E PROSPERIDADE disse...

Pois então suma por um tempo. Se dê esse presente.
FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... e MEU CADERNO DE POESIAS desejam um bom dia para você.
Saudações Educacionais !