segunda-feira, 7 de junho de 2010

Inquietudes e devaneios


Hoje passei por uma situação profissional constrangedora. Fui convidada a me retirar, com mais meia dúzia de colegas, de uma reunião, sob o pretexto de que o assunto a ser tratado seria sigiloso. Detalhe: permaneceram na sala cerca de 20 pessoas. Alguma chance de manter cautela sobre algum assunto quando há mais de três pessoas envolvidas na cena? Não precisam nem pensar em me responder.

O ocorrido em si, apesar do tal constrangimento, não foi o que mais me incomodou, mas aquela sensação de não pertencer a um lugar, a um grupo, a um momento. Parei pra pensar sobre isso e me dei conta de que ando me sentindo um pouco peixe fora d’água da minha própria vida. É. Ando meio perdida, sem grandes planos ou objetivos, sem metas a serem cumpridas e sem criar falsas expectativas.

Me sinto assim em relação ao trabalho, ao momento, à vida pessoal. Parece que estou em um cruzamento e não sei qual direção tomar. Nunca aquele ditado “caso ou compro uma bicicleta” me pareceu tão adequado. Realmente não sei para qual lado correr. Sou a “mulher dúvida”, uma interrogação ambulante!

E não pensem que me sinto confortável nessa situação. Tenho queimado muitos neurônios pensando nisso. Mas, no momento, ainda não vejo claramente uma saída nem me sinto apreensiva quanto a isso. Tenho apenas a clara impressão de que preciso encerrar esse ano, como se algo me dissesse que realmente o final de 2010 será pra mim o final de um ciclo.

Talvez porque completarei 35 anos em dezembro e estarei, numa boa, mais longe dos 30 e perto dos 40. Pode parecer besteira, mas chegar aos 35 é como se fosse um ritual de passagem pra mim. Não imaginei que nessa idade eu estaria solteira, sem filhos, sem casa própria, sem ter ido a Europa e menos ainda longe da loucura de uma redação. Mas tampouco me arrependo dos caminhos que escolhi seguir até agora e de tudo o que passei e tenho vivenciado.

Fazendo um rápido balanço, não tenho do que me queixar! Não me sinto tão madura para abraçar algumas causas nem tão inexperiente a ponto de pirar diante das dúvidas. Por isso, estou apostando todas as minhas fichas no fluxo das coisas, como se diz, e deixando a vida me levar, exatamente como a música do Zeca Pagodinho, dia após dia.

Não tenho bola de cristal, não consultei as runas nem videntes, mas algo me diz que meu 2011 será um ano de transformações e que meu ritual de passagem dessa fase de inconstância será bem mais rápido do que até eu mesma imagino. Já estou aqui cruzando os dedos, faltam seis meses pela frente!

2 comentários:

Anônimo disse...

Fernanda,
As vezes, não fazer parte de um determinado grupo, é um privilégio. Embora num primeiro momento, isso não nos agrade.
Quanto aos seus questionamentos, dúvidas e talvez 'crise existencial', isso é natural. Temos várias no decorrer da vida. Com 39 anos, questiono-me sempre. Fico triste quando lembro que algumas coisas ainda não realizei e talvez nem realize. Em contrapartida, já fiz muita coisa também que jamais planejei. A vida é assim!
BjO*

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Nem me fale...
há tempos que eu estou numa fase semelhante. Ando mal na faculdade e repensando o que tô fazendo lá.
Não tenho outra perspectiva, nem coragem de começar algo novo, em contrapartida de repente tudo começou a dar errado.
Espero que se isso for fase passe logo, porque não estou suportando ela.
bjs