
A notícia do dia, que me pegou em todos os jornais, sites e redes de relacionamento hoje, não teria razão de ser, não fosse a ditadura da beleza condenar mulheres normais, como nós, que não vestimos manequim 36 e vivemos em dia com corpo e alma, apesar de algumas celulites, estrias e calorias a mais.
Pois bem, duas revistas femininas, uma americana e outra alemã, estão abrindo mão de exibir modelos anoréxicas e quase desprovidas de curvas em seus editoriais de moda e esperam, com isso, aumentar suas estimativas de vendas. Tudo bem, a iniciativa me agrada, claro, mas não o argumento.
Apelar para imagens de “mulheres reais” apenas para tentar vender mais não muda, em nada, o conceito de beleza que tentam nos empurrar desde que o mundo é mundo. O certo seria os editores de moda admitirem que, no fundo, o que todas nós queremos é, sim, nos identificarmos com a capa das revistas que mais gostamos. O que não acontece, atualmente, nem de longe.
Quem disse que o belo é ser magra, gorda, amarela ou ter olhos azuis? O conceito de beleza é diferente para cada um, graças a Deus, e depende também do que se quer pra si. Eu brigo com a balança desde que me conheço por gente, compreendo que as roupas caem melhor em um corpo com menos curvas, mas aprendi a me preocupar em estar e parecer saudável e isso não depende de estar mais ou menos encorpada, digamos assim.
Aliás, falando nissi, uma dessas revistas em questão chegou a divulgar que abusava do Photoshop para “encorpar” as modelos que participavam de seus editoriais para deixá-las mais "reais". Dá pra acreditar? Mais infeliz do que essa revelação foi o comentário de uma agente de modelos americana, questionando se as leitoras realmente prefeririam comprar revistas para ver mulheres comuns a “pessoas esteticamente belas”. Ou seja, nós, reles mortais, devemos nos jogar na frente do primeiro carro, já que somos, de acordo com a teoria dela, "esteticamente feias".
é muito alarde em torno desta questão, sem razão de ser, como ocorreu há alguns meses com a tão comentada foto de uma modelo acima do peso - que ostentava uma barriguinha saliente-, e que correu o mundo e gerou verdadeiras batalhas e questionamentos sobre os limites da beleza ou sobre o que é, de fato, belo.
O conceito de beleza tal qual nós conhecemos é, na realidade, unicamente fruto da mente humana, que a considera elemento essencial no processo evolutivo. Cabe, portanto, a cada um de nós saber definir nossa concepção a respeito do que é belo e, aceitarmos, ou não, o que vem nos sendo imposto como tal há tanto tempo.
E essa batalha só pode ser travada individualmente, por cada uma de nós.
4 comentários:
É, Fe, as revistas se mobilizaram pelos motivos errados. Mas isso anula a iniciativa?! Creio que não. Me preocupo com o padrão estético que a minha filha vai encontrar na adolescência - fase mais conturbada, especialmente nesses temas. Se as capas de revista trouxerem mulheres normais, que entendem o que cai bem no seu corpo (porque não são cabides, e sim mulheres), já me satisfaz. O resto da educação sobre autoimagem sei que é comigo.
Concordo com vc. O conceito de beleza é diferente para cada um de nós. O que é belo pra mim pode ser horrível pra vc e isso é o mais legal da vida. As diferenças. Parabéns pelo blog.
Quando puder, dá uma passadinha no meu: www.jamyllebezerra.blogspot.com
Mulher bonita é mulher movida à felicidade. Felicidade é movimento. Pouca coisa pode deter uma mulher realmente feliz.
Modelos...modelos de quê?Modelos pra quem?O futuro já se anuncia celebrando a decadência do ato de um ser humano louvar o outro,como se não fosse anacrônico um deles estar acima.Seja um boneco de gesso santificado,seja uma musa da anorexia plástica.O tempo vai fazer ruir estes modelos de uma realidade meramente vazia.
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