quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Má educação


A falta de educação alheia tem me incomodado a ponto de originar esse post. Não falo da má educação no trânsito, essa sim renderia um livro, com capítulos destinados aos que cortam os outros, aos que jogam lixo pela janela, aos que tascam luz alta na cara da gente, aos que não respeitam a faixa de segurança, etc.

Falo especificamente da falta de educação dos vizinhos em geral, aquelas pessoas com as quais não temos contato quase nunca, mas que dividem conosco um espaço em comum, seja na área do prédio onde moramos ou trabalhamos. Na minha opinião, esse tipo de relação tem tudo para ser pautada pela cordialidade, porém, nem sempre isso acontece.

Os exemplos começam no meu prédio, onde esses tempos alguém teve a cara de pau de chegar de madrugada e fazer suas necessidades na escada. É, não é piada, é a mais pura verdade. O pior é que eu havia sido a última pessoa a ser vista chegando pelo porteiro, o que fez gerar sobre mim a desconfiança da incontinência escatológica. Ah, faça-me o favor!

Explicações à parte, telefonemas e conversas pessoais com a síndica minimizaram a dita suspeita, pelo menos eu acho, e a história ficou por isso mesmo, com a escada interditada até a chegada da zeladora, munida de rodo e água sanitária. Eu mesma já fui personagem principal, certa vez, de uma carta do vizinho de baixo à síndica, reclamando do barulho que vinha do meu apartamento à noite. O vizinho reclamava que, diariamente, entre meia-noite e 4h da manhã, ouvia barulho vindo lá de casa... como se eu ficasse sempre acordada até essa hora! Ok, não entendi porque o vizinho - um idoso que eu nem conheço, diga-se de passagem - não veio falar diretamente comigo, mas tudo bem, maneirei no barulho, quando passava da hora de dormir, e há quase um ano não recebo nenhuma advertência. Outra situação que me tira do sério é alguém me ver cheia de sacolas e ser incapaz de segurar a porta para que eu entre. Enfim, regrinhas básicas da boa convivência quem, se seguidas à risca, fariam a vida da gente menos tumultuada.

Pois no corredor onde fica o meu trabalho, acontecem, vez que outra, algumas situações que beiram à falta de educação extrema. Os banheiros ficam no corredor e, volta e meia, quando estou prestes a entrar no dito cujo, alguém vai lá e pá, bate a porta rapidamente na minha cara. Não sei se foi aberta a temporada de caça aos mijões, mas não entendo o que ocasiona a corrida para ver quem entra primeiro no banheiro. Na boa, não entendo. Gente que fuma em banheiro coletivo, então, pra mim comete um dos mais graves erros de educação.

Mas o que mais tem me chamado atenção é a falta de cordialidade e, consequentemente, de educação das pessoas que simplesmente não sabem o significado de um bom dia, de um por favor ou de um muito obrigada. Ora, passamos mais tempo nos locais de trabalho do que gostaríamos, vemos diariamente os rostos das mesmas pessoas e acabamos nos familiarizando com aqueles que estão na mesma condição do que nós, fazendo serão, agüentando manifestante no corredor, filas para ir ao banheiro, etc. Por isso, não entendo o que faz alguém simplesmente não dar um sorriso, responder a uma saudação ou agradecer uma gentileza recebida.

Já perceberam que, geralmente, essas pessoas são enrrugadas, estão sempre solitárias, mantêm um semblante sisudo e até uma certa melancolia no olhar? Alguma razão para isso tem, não é mesmo?

2 comentários:

flavia:) disse...

Afffffffff! Detesto gente mal educada! Já tô a ponto de dar um soco num! Uhahahahah!

Marla Gass disse...

Ai, Fe, é verdade. Um pouco de gentileza não faz mal a ninguém. Pelo contrário, deixa tudo mais leve e colorido.
Se os outros não querem ser gentis comigo, azar é deles. Eu insisto com as gentilezas. Uma hora, a galera se convence...