quarta-feira, 14 de julho de 2010

Bom dia pra quem?


Me considero uma pessoa afável, de riso solto e de fácil convívio. Porém, me pega com sono pra ver o monstro por trás dos meus simpáticos olhos puxados! É fato, com sono sou praticamente irascível. Me torno o mau humor em pessoa, resmungo, xingo, faço beiço, por vezes me torno grosseira e não quero conversa com ninguém.

Conheço pessoas que agem assim quando têm fome, mas no meu caso é o sono que me torna intragável. Nos últimos três dias tenho dormido pouco e trabalhado madrugada adentro, o que me deixa extremamente sonolenta ao longo do dia. Não me importo de trabalhar à noite, mas desde que possa dormir até cansar depois - e isso não é exatamente o que tem ocorrido!

Sabem aquelas crianças com sono, que custam a se entregar e ficam fazendo manha até tirar o último fio de paciência dos pais? Estou me sentindo exatamente assim hoje. Manhosa, irritante e irritada, chata com os que me cercam, coitados, e que não têm culpa de me desejarem um bom dia! Bom dia pra quem, mesmo?

Desde criança sou dorminhoca, adoro uma caminha bem feita, travesseiros fofos, roupa de cama cheirosa e aquele aconchego bom que só tem quem é convidado a cair nos braços de Morpheu. Preparo delicadamente o ambiente para o espetáculo. Fecho bem as janelas para que nenhuma fresta de luz atrapalhe, encosto cuidadosamente a porta para evitar barulhos externos e afofo bem os travesseiros antes de me recostar.

Meu sonho é poder dormir sem hora para acordar. Mas, infelizmente, não lembro a última vez em que isso foi possível. Em casa, meu mau-humor matutino sempre foi assunto dos almoços de família e tema de deboches incansáveis dos meus irmãos mais novos. Todos sabem que, por questão de sobrevivência, não devem falar comigo assim que acordo.

Colegas de trabalho, por exemplo, já entendem que tenho cara de poucos amigos logo que chego no escritório de manhã. Amigos mais chegados aprenderam que me ligar de manhã não é atitude recomendável e o namorado já percebeu que não é com o meu verdadeiro eu que ele se depara ao acordar.

Não ajo dessa forma por querer, mas sim por instinto! É incontrolável, mais forte do que qualquer mantra que eu queira entoar, do que qualquer pensamento positivo que me venha à cabeça, do que aquela cena bonita que traz sensação de acolhimento quando a gente fecha os olhos.

Agora, pasmem, descobri que o que eu tenho não é frescura e pode ser uma hipoglicemia matutina (queda de açúcar no sangue), que atrapalha o
funcionamento normal do cérebro, gerando reações como o tremendo mau humor matinal. A receita, segundo os nutricionistas, é não prolongar o desjejum. Será? Prometo pensar a respeito.

De qualquer forma, aproveito o espaço para, publicamente, pedir desculpas a todos os que são ou foram obrigados a conviver com o meu assumido mau humor matutino, mas sinto informá-los, no entanto, de que até a minha aposentadoria, as perspectivas de melhoras nesse quadro são irrisórias! Bom sono a todos!

2 comentários:

Alvaro Neto disse...

Ah, mas mesmo assim tu é a mais linda borboleta! Não tem que pedir desculpa coisa nenhuma. Te amo!

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Não se preocupe amiga, você não é a única, sofro do mesmo problema. Meu pai detesta meu mau humor e ainda quer que eu sorria, mas, é algo inerente, não tem como controlar, faz parte da minha vivência, se é ou não problema de hiporglicemia só sei que já me habituei com a minha kkk.

bjs