quarta-feira, 28 de julho de 2010

Cartas para Julieta


Não adianta, no final das contas mulheres são todas iguais, independente de credo, condição econômica ou profissão. Podem ter 10, 30 ou 60 anos, todas, de uma forma ou de outra – até as que fazem questão de negar isso –, sonham em encontrar o príncipe encantado, a metade da laranja, a tampa da panela! Não tem jeito!

Revolução sexual vai, revolução sexual vem, as mulheres tornam-se cada vez mais independentes, comandam lares, consomem como nunca, brilham à frente de cargos importantes, escolhem quando - e se- terão filhos, mas, no fundo, no fundo, se emocionam da mesma maneira diante de uma linda história de amor.

Concluí isso ontem, enquanto assistia a Cartas para Julieta (Letters to Juliet), rodeada de mulheres das mais diferentes idades. O romance conta a história de uma americana aspirante a repórter que vai passar férias com o noivo em Verona e, ao visitar um dos pontos turísticos da cidade, a Casa de Julieta, se depara com uma parede cheia de cartas, em que mulheres apaixonadas pedem à eterna noiva de Romeu ajuda com seus problemas amorosos.

A americana descobre que os pedidos ali postados são recolhidos e respondidos diariamente por um grupo de mulheres e, em meio à surpresa, acaba ela própria encontrando uma carta escondida entre as pedras, datada de 1951, e escrita por uma inglesa que se apaixonara por um italiano, mas que não tivera coragem de levar o romance adiante.

Fascinada pela história, a moça decide responder à carta pessoalmente e acaba ajudando a autora da missiva, mais de 50 anos depois, a encontrar a paixão da adolescência. Ilustrado por belas imagens da Toscana, o filme pode até pecar um pouco pela previsibilidade, mas emociona o espectador que acompanha atento à busca de uma senhora já vivida (a sempre excelente Vanessa Redgrave) pelo amor que nunca esquecera (vivido por Franco Nero). Ao promover o encontro do casal já maduro, o filme reitera a mensagem de que o amor sempre vale à pena e comove, de uma maneira delicada.

Assim como eu me emocionei, ouvi dezenas de mulheres fungando no mesmo compasso durante o filme e juro que vi os dois senhores sentados ao meu lado, na faixa dos 70 anos, levantarem os óculos e enxugarem uma ou duas lágrimas enquanto assistiam ao filme com suas esposas. Na saída do cinema, os comentários que ouvi foram todos bem semelhantes e os semblantes tinham uma expressão de serenidade que só as boas comédias românticas podem provocar.

Saí da sala me sentindo mais leve e entregue àquela história que, até a hora de eu dormir, fez valer meu dia! Coisas que não são possíveis apenas através da magia do cinema, basta acreditar e escrever de próprio punho o nosso roteiro!

2 comentários:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Fernanda que história linda... fiquei louca prá assistir, mas, aqui ainda não está em cartaz... muito interessante... agora fiquei pensando no príncipe.
bjs

3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Oi Fernanda,

Eu estou LOUCA para ver esse filme. Fiquei com mais vontade ainda.

Beijos,

Bela - A Divorciada