terça-feira, 31 de março de 2009

Manter o diploma é valorizar a democracia e a qualidade da informação!




Não costumo dar muita trela às questões corporativas, porque nem sempre concordo com a politicagem feita nos sindicatos e entidades representativas dos jornalistas, por isso até hoje nem sindicalizada sou. No entanto, não há como deixar de reconhecer o trabalho que vem sendo feito pelo Sindicato gaúcho e pela Fenaj em defesa do diploma de jornalista.

Digo isso porque nesta quarta-feira, dia 1º, será votado no Supremo Tribunal Federal o recurso que definirá pela manutenção ou não do diploma para o exercício da profissão. Coincidentemente, a data também marca os 40 anos da ditadura, o maior baque à democracia brasileira, o que pode não ser um bom presságio, ainda mais em pleno Dia dos Bobos.

Em todo o país, passeatas e vigílias estarão sendo realizadas em defesa da manutenção do diploma, tema que ocupará a pauta do STF a partir das 14h. Muito mais do que um ato corporativo, manter a validade do diploma de jornalista é preservar a democracia, o direito à informação de qualidade e respeitar os milhares de profissionais graduados no nosso país, que se dedicaram à formação profissional para garantir a prestação de um serviço de qualidade à população. Sim, por que acima de tudo, todo o jornalista é um prestador de serviço que tem a informação como produto.

Sabemos que, como em qualquer atividade, há os bons e maus jornalistas e que há muitos cronistas e colunistas de sucesso que não precisaram de um diploma para provar que são excelentes. No entanto, a partir do momento em que se tira a legitimidade que um diploma pode dar, a tendência é partir para a banalização da profissão, o que é lamentável.

Você não tem nada a ver com isso? Então pense nos jornais e revistas que lê diariamente, nas notícias em primeira mão que escuta nas rádios e nas imagens que te emocionam ou causam indignação quando vê um telejornal ou lê um site noticioso. Sem contar o trabalho dos assessores de imprensa, não menos importantes por não estarem na vitrine.

Vamos torcer pela valorização do diploma! E como diz a campanha desenvolvida pela Fenaj, em todo o Brasil, o jornalista com formação faz bem para a sociedade!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Controle do Telemarketing




Li agora no Estadão, que os consumidores paulistas já podem bloquear telemarketing por telefone. ÉÉÉÉÉÉÉÉ! Quem não quiser mais receber aquelas agradáveis ligações de telemarketing, geralmente às 8h de sábado ou quando você está atolado de trabalhou ou começando um jantarzinho romântico, pode cadastrar seu telefone no Procon e tá deletado do sistema!!

Pelo que entendi, o Procon garante que as empresas não terão mais acesso aos dados dos consumidores que solicitarem a retirada. E as chamadas para venda de produtos serão bloqueadas já a partir de 30 de maio. A novidade é uma Lei estadual de Sampa, aprovada no fim do ano passado, e regra que cada empresa terá de ter a responsabilidade de se informar sobre os números bloqueados.

O bloqueio, no entanto, não vale para todos os serviços de telemarketing, ainda será possível receber ligações de empresas autorizadas pelo titular da linha e chamadas de entidades filantrópicas, com pedido de doações. Ah! E as empresas de outros estados também ficam proibidas de efetuar ligações. Vai dizer, canso de receber chamadas de atendentes com sotaques que mal se entende o que falam...

As empresas que desobedecerem a determinação poderão pagar multa que varia de R$ 212 a R$ 3,1 milhões. Tomara que dê certo! Não tenho nada contra as empresas nem contra o serviço, que gera milhares de empregos no país inteiro, mas um limite de horários poderia ser imposto para esse tipo de serviço, porque ligam sempre em um horário nada propício.

E a opção de poder escolher se quer ou não receber as chamadas é perfeita! Por que sempre tem gente que acaba comprando ou aceitando a proposta oferecida pelos atendentes, mas os que não querem nem ouvir aquelas mensagens robóticas- como eu – merecem ter seus telefones e a paz preservados, né? Ponto para São Paulo! E que a legislação sirva de modelo por aqui!

terça-feira, 24 de março de 2009

A culpa é do Dom João VI, só pode!


Hoje cheguei a conclusão que nosso inferno financeiro começou em 1808, quando Dom João VI instituiu o primeiro Banco do Brasil, num conjunto de ações voltadas ao mercado de importação de matérias-primas e exportação de produtos industrializados. Ou seja, desde aquela época o banco como instituição financeira não fora criado para bem atender aos reles mortais, como nós, que possuem contas escassas e que dependem do banco tão somente para movimentar seus ganhos e gastos, e sim para os grandes empresários, industriais, etc. Talvez por isso os bancos estejam no segundo lugar entre as instituições que mais recebem reclamações do Procon, em todo o Brasil.

Falo isso porque não tenho as idas a bancos como minhas atividades favoritas e, graças a invenção das agências de autoatendimento, cada vez menos frequento esse ambiente. Mas os números assustam, são 18.308 agências em todo o país, que controlam mais de 112,1 milhões de contas, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Dá pra imaginar o que sofre todo esse povo quando precisa de informações sobre sua conta, movimentações ou empréstimos?

O sistema das agências são cruéis... hoje precisei descontar um cheque na Caixa Federal e fiquei abismada com o atendimento. Saí de lá dando graças por não ser correntista desse banco, mas com muita pena por me dar conta que dele dependem milhões de pensionistas, aposentados, desempregados, além dos que escolhem deixar ali suas poupanças ou contas repousando. Tudo bem que cheguei perto do meio-dia à agência que fica bem no coração do Centro, na Praça da Alfândega. Mas é desumano o trâmite que o cidadão precisa enfrentar até chegar ao caixa.

Primeiro, depois de ser bem-sucedido na revista para passar da porta de entrada e quase ter de deixar as calças para passar pelo detectos de metais, um batalhão de estagiários totalmente mal informados, com uns aventais horrendos e poídos impedem as pessoas, de maneira indelicada, de acessar as escadas rolantes que dão acesso aos caixas. Não são educados ou solícitos, parecem robôs treinados para barrar e não facilitar a vida do cliente. Se bobear, perguntam até a cor da calcinha da gente para decidir para qual andar te mandar.

No meu caso, e tenho certeza que vale para 90% dos que entram naquela agência, o interesse é chegar aos caixas ou buscar informações sobre PIS, seguro desemprego, penhora, empréstimos, etc e tal. Pois bem, antes de conseguir qualquer informação e conseguir passar pelo interrogatório da milícia de estagiários, o destino obrigatório é uma fila absurda no andar superior. Sabem para quê? Para receber tão somente uma senha e, a partir daí, ir até o térreo (onde ficam os caixas ) e esperar pelo desejado atendimento.

Não, não é brincadeira. Uma ampla sala de espera com cadeiras sujas, mas “sentáveis” permite que pelo menos se descanse enquanto pena para receber a atenção merecida. 10, 15 minutos de espera (ufa, eles escaparam de serem enquadrados na Lei da Fila) e, quando esboço um sorriso de agradecimento por conseguir ser atendida, a surpresa: o cartão para conferir a assinatura do dono do cheque não estava no lugar devido. Devo subir até a gerência e depois retornar ao caixa.

Contando até 10 e me arrependendo amargamente de não ter depositado o dito cujo do cheque e preferido retirar o montante, lá vou eu para as escadas. Na fase 3, o que acontece? Novo ataque da milícia estagiária! Sem folga! Digo que só preciso ir à gerência e, meio que tentando comover a menina que me impede de prosseguir a me liberar, ouço um “suba no andar das senhas e explique que ...”

Ah não! Brincou que vou de novo pra fila das senhas! Concordei com a cabeça e, num segundo de distração da menina, subi dois lances, passando incólume pela fila das senhas e chegando sozinha ao andar da gerência, onde conseguir uma informação é mais difícil do que assaltar o banco. Dezenas de ilhas e mesas iguais, com pessoas robotizadas no mesmo serviço burocrático, com olhos estalados para o computador impedem qualquer resposta à minha indagação: “Quem é o gerente de contas jurídicas?”.

Quando consigo uma atenção e chego à pessoa, sou imediatamente convidada a sentar- sinal de que a coisa vai longe. A moça olha o cheque, caminha para uma sala, volta com uma pasta gorda de papel, fala com um superior e eu lá. 10 minutos, 15 minutos e eu lá... pô, só queria receber por um serviço prestado, nada mais, nada tão complicado. Sem saber exato quanto tempo levei de espera, finalmente recebo o cheque e paço para a fase derradeira...de volta ao caixa!

Claro que a moça que havia me atendido está ocupada e ali peno pelo menos mais 10 minutos em pé, esperando um canto do olhar dela, para que me reconheça e apresse meu atendimento. Pronto, cheque na mão dela, assinatura conferida e com carimbo da gerência, minha foto da identidade checada, assino e, finalmente, saio da agência com a tarefa cumprida. Cumprida literalmente, já que levei quase uma hora para conseguir efetuar a transação bancária.

Dali tive de fazer um depósito em outro banco, mas não levei nem 3 minutos para ser bem atendida e finalizar a missão. Cheguei aqui ainda indignada com o procedimento implantado pela CAIXA, e mais revoltada em saber que grande parte das pessoas que freqüentam aquela agência são humildes, simples, sem escolaridade para entender que estão sendo enroladas. Pior ainda, geralmente são pessoas doentes, idosas e que precisariam receber um atendimento exemplar. Em resumo, saí daquela agência abalada. Para tentar achar alguma justificativa para tanta burocracia, pesquisei sites da Febraban e da própria CAIXAe me deparei com a piada do ano: a missão da CAIXA e seus valores.

A SABER: A MISSÃO DA CAIXA é promover a melhoria da qualidade de vida da sociedade, intermediando recursos e negócios financeiros de qualquer natureza, ancorada nos seguintes valores:

o direcionamento de ações para o atendimento das expectativas da sociedade
e dos clientes;

a busca permanente de excelência na qualidade de seus serviços;

• o equilíbrio financeiro em todos os negócios;

• a conduta ética pautada exclusivamente nos valores da sociedade;

o respeito e a valorização do ser humano.

Viram só, é sério... alguém vê uma luz no fim do túnel?

Ai se eu pego algum descendente do Dom João VI...

sexta-feira, 20 de março de 2009

Onde se ganha o pão, não se rouba a carne...


E já que é sexta-feira, da série “coisas inusitadas que acontecem por aí”, não resisti ao ler, ontem, matéria publicada hoje nos jornais daqui. A manchete já dizia tudo: Homem preso por furtar ingredientes para churrasco pretendia comemorar aniversário.

Nem é preciso ler o texto todo para presumir que o cidadão acabou se enrolando ao tentar furtar alimentos para comemorar o seu ou o aniversário de alguém ente querido. Triste, mas não seria o primeiro nem o último homem em dificuldades financeiras ou em surto ou metido a esperto ao se envolver em situação semelhante.

O inusitado da notícia, e que deu todo o tom tragicômico no ocorrido, é que o rapaz que tentou roubar os alimentos de uma loja do Carrefour era nada mais nada menos do que o encarregado de evitar os furtos (!) nos corredores do estabelecimento. Não, não é brincadeira, o fato é verídico e o homem, além de estar preso, perdeu o emprego!

O rapaz estava completando 23 anos e programara uma grande festa, com direito a churrascada. Nada mais fácil que, diante da falta de recursos para bancar o convescote, resolvesse apelar para a tentativa de furtar as mercadorias do supermercado onde trabalha. Até porque, como agente de fiscalização do Carrefour, era ele mesmo o responsável por coibir os furtos nos corredores do estabelecimento. E, talvez, tenha passado por sua cabeça a idéia de que jamais seria pego ou que levantaria suspeitas ao furtar.

Agora, vamos combinar...é muita cara de pau! A mesma que aplicou na delegacia, ao declarar que somente tinha a intenção de comemorar o aniversário. Resultado: além de perder o emprego, foi preso por furto, com o agravante de ter sido enquadrado por abuso de confiança, já que era funcionário do estabelecimento que tentara roubar. E o constrangimento de ter sido abordado por um colega de trabalho no momento em que tentava surrupiar as mercadorias?

Para matar a curiosidade, na mochila usada por ele havia um quilo de sal grosso, um pacote de farofa, três bandejas de picanha, um pacote de lombo de porco e dois pacotes de linguiça.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Olhos nos olhos


Ontem, enquanto esperava o ônibus, me chamou a atenção o carinho entre um casal de deficientes visuais. Embora estivessem parados em uma das mais movimentadas ruas do Centro, em plena “hora do rush”, o tempo para os dois parecia estar congelado. Indiferentes à pressa dos transeuntes, ao barulho dos carros e à movimentação da região, os dois trocavam carinhos e afetuosos abraços, encostados em um prédio, sem conseguir conter os sorrisos nos rostos.

A troca de carinho entre o casal, cena das mais comuns de se ver pelas ruas, me hipnotizou e eu não conseguia tirar os olhos dos dois. Não trocavam carícias maliciosas nem desrespeitosas, mas tocavam-se no rosto e abraçavam-se de uma maneira tão bonita e tão plena, que transpiravam felicidade. Se não fosse o fato de os dois segurarem suas bengalas, nem teria percebido que eram cegos.

Me vieram à mente, de imediato, duas frases feitas daquelas que a gente ouve de vez em quando e que, com certeza, não têm razão de ser: “Os olhos são a janela da alma” e “Com os olhos conhecemos todas as belezas do mundo”. Aquela cena, para mim, foi o exemplo máximo dessa constatação.

O casal talvez nunca tenha visto um o rosto do outro, não eram pessoas de uma beleza exterior inexorável, mas eram, com certezas, seres iluminados, felizes, apaixonados e conhecedores, provavelmente, do que de mais bonito uma pessoa pode trocar com outra: respeito, atenção, amor incondicional. Coisas que algumas pessoas buscam a vida toda e nem sempre têm a sorte de vivenciar.

Se para muitos é difícil imaginar a ausência da troca de olhares entre parceiros, ontem me certifiquei de que, realmente, não é o que mais importa. A intensidade do toque que trocavam mostrava que a importância desse contato estava muito além do simples acariciar. Através das mãos e dos dedos eles não só se acarinhavam, mas se reconheciam e expressavam afeto, como se estivessem, de fato, se olhando no fundo dos olhos.

Fiquei pensando nas dificuldades que os deficientes visuais enfrentam em seu dia-a-dia, mas também no exemplo de superação que dão para os que não têm nenhuma limitação física. Claro que, graças à evolução da educação especial e ao incentivo à inclusão, há muitos avanços nessa área.

O que ficou de mais forte para mim é que não devemos sentir pena dos deficientes, pois eles nos trazem exemplos de que não são nem nunca foram incapazes ou menos ativos. Apenas estão sujeitos a algumas limitações e falta de oportunidades. De resto, tiram de letra. Muitos, inclusive, fazendo questão de manter o sorriso no rosto, para reforçar a graça de estarem vivos! Que me perdoe o casal, pela invasão, mas achei a foto bonita demais!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Pronto, sou burra! Descobri isso graças a Dom José


Apesar de nada surpresa, comento aqui a entrevista das páginas amarelas da Veja desta semana, com o arcebispo de Olinda e Recife Dom José Cardoso Sobrinho. É, aquele mesmo da excomunhão (ver post do dia 6/3). Na entrevista, ele reitera tudo o que vem barbaramente dizendo sobre o caso da menina estuprada - e que interrompeu a gravidez de gêmeos -, e firma estar com a consciência tranquila, embora admita que não esperava tamanha repercussão do caso.

O bispo reforça que a lei de Deus está acima de qualquer lei humana e que, por isso, não permite o aborto. E ainda fundamenta sua conduta ao clamor que diz ter recebido de autoridades de Roma por sua posição. “Não fui eu que excomunguei os médicos e a mãe da menina. Simplesmente mencionei o que está escrito na lei da Igreja e, por essa lei, qualquer pessoa que comete aborto está excomungada”, diz.

O pior vem agora: Lá pelas tantas, ele tem a coragem de sair com essa: “o aborto é mais grave que o estupro e que o homicídio de um adulto. Por isso a igreja estipulou essa penalidade automática de excomunhão. Qualquer pessoa inteligente é capaz de compreender isso”. Gente, eu não compreendo e acho que jamais compreenderei. Pronto, sou tão burra quanto a porta branca da minha casa!

O bispo segue com suas barbaridades e, para justificar a excomunhão, numera os nove motivos que a Igreja considera dignos dela, a saber: aborto; apostasia (abandono da religião); heresia (negar um dogma da Igreja); violência física contra o papa; consagração de um bispo sem autorização do Papa; o cisma (separação do corpo e da comunhão de uma religião); a absolvição por um sacerdote do cúmplice de um pecado da carne; violação do segredo da confissão e a profanação das hóstias consagradas.

Defendendo a manutenção da gravidez que podia levar a menina à morte, Dom José disse ainda que ela não ficaria abandonada se tivesse os gêmeos, porque “a Santa Igreja iria ajudar”. Insistiu ainda lembrando do quinto mandamento, o não matarás, para justificar a ilicitude do aborto, dando a entender que estaria matando uma vida para salvar outra: “O aborto é um crime nefando”.

Quando a entrevista se encaminha para o fim, e você acha que já leu tudo de mais nefando (parafraseando o bispo) que poderia ter saído de uma mente tão retrógrada ele compara as estatísticas do aborto no Brasil com o Holocausto e diz que o aborto é o “holocausto silencioso”. Para tranqüilizar os leitores, relata ainda que a menina não foi excomungada, porque essa sentença só se aplica a maiores de idade (Ahhhhh boooom) e lamenta não ter podido batizar os gêmeos que não nasceram, revelando que, inclusive, planejava fazer uma grande festa de batizado. Já falei e reitero: EXCOMUNHÃO JÁ!

Amenidades? Ah, o outono...



O outono chega só às 8h44 da próxima sexta, mas já deu os ares por aqui hoje. Temperatura de 19º de manhã, mesmo com sol, uma delícia. A gente dorme melhor, não precisa do ruído do ventilador, não fica grudenta, a escova dura o dia todo, adoro!

Mesmo sendo uma estação de transição entre o verão e inverno, é uma das mais gostosas pra quem mora aqui nos pampas... onde, não raro, registram-se as quatro estações num dia só! As temperaturas tornam-se mais amenas devido à entrada de massas de ar frio e, além da queda na temperatura, há o melancólico amarelar das folhas das árvores, que sela de vez a passagem de estações.

Com o outono vem aquela vontade de dormir mais um pouquinho, de trocar a cerveja por um vinhozinho, de sair sempre carregando um casaquinho- pelo menos para as manhãs e noites mais geladinhas. Esse primeiro friozinho até incomoda alguns, mas não tem como negar que qualquer coisa é melhor do que calor de 40ºC.

Por aqui, os meteorologistas já afirmaram ter registrado a temperatura mais baixa do ano, pela manhã. Bagé e São José dos Ausentes marcaram 6,7ºC. Em Porto Alegre o dia também foi o mais frio do ano, com a temperatura mínima de 13,9°C. A última vez que fez frio no Rio Grande do Sul em março foi em 1998, quando a mínima chegou a 4ºC em Cambará do Sul. No entanto, como alegria de pobre dura pouco, as temperaturas mais baixas, potencializadas pela massa de ar seco e frio, subirão à tarde, podendo chegar a 28ºC em Porto Alegre. E amanhã??? Previsão de chuva!

sexta-feira, 13 de março de 2009

Injustiçados do Planalto Central



Não consigo entender o por quê de tantas críticas ao trabalho dos nobres membros do Congresso Nacional. Só pode ser perseguição. Primeiro, atacaram os congressistas por terem emendado o Carnaval e retomado ao trabalho quase uma semana depois da maioria dos trabalhadores brasileiros.

Eles cansam né, muita reunião sem resultado, litros e litros de cafezinho desperdiçado em debates instigantes sobre quando retomarão as sessões deliberativas e aí, retoma-se o trabalho. A pauta, claro, das mais esfuziante possíveis para o bem da nação: escolha dos novos presidentes das 20 comissões técnicas permanentes da Casa. E, pasmem, sobrou vaga até para o ex-presidente F.Collor, que se consagrou presidente da Comissão de Serviços de Infraestrutura. É... morro e não vejo tudo!

Pois bem, seguindo a linha de raciocínio sobre por que se persegue tanto os nobres congressistas, cabe meu reconhecimento ao presidente do Senado, José Sarney, que determinou que os servidores do seu gabinete, que receberam horas extras durante o mês de recesso parlamentar, devolvessem os recursos ao Senado. Uma atitude nobre, digna de um marimbondo de fogo como ele, que afirmou ter a intenção de “erguer a imagem do Senado”.

Atitude bonita, né? Mas duvido que vocês saibam quanto o Senado pagou em horas extras para 3.883 funcionários durante o – pasmem – recesso! Acertou quem gritou R$ 6,2 milhões. ÉÉÉÉÉ, 6,2 MILHÕES. Isso para os funcionários que ficaram até mais tarde (20h, 22h) ou trabalharam nos dias em que não houve sessão, reunião ou nenhuma atividade parlamentar que justificasse o benefício.

Continuo sem entender a perseguição... ainda mais por que os integrantes da Mesa Diretora da Câmara, tão criticados, acordaram por suspender a discussão em torno da verba indenizatória a qual têm direito. Alguns parlamentares têm defendido a extinção da ajuda mensal com a incorporação do auxílio ao salário dos parlamentares. Uma decisão brilhante! A idéia resulta em aumentar o salário dos deputados para extinguir a tal verba indenizatória.

Com isso, os parlamentares conseguirão equiparar seus salários (hoje de R$ 16,5 mil) à remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que ganham R$ 8 mil a mais. Com isso, passariam a receber R$ 24,5 mil, acabando com a necessidade da verba indenizatória, que vale hoje R$ 15 mil. Ahhhhhh, muito justo! Não entendo por que implicam tanto com o Poder.

Só pode ser perseguição mesmo, como fizeram no início do mês com Agaciel Maia, ex-diretor-geral do Senado, que acabou deixando o posto que ocupava há 14 anos, após denúncias sobre sua evolução patrimonial e compra de uma casa de cinema em Brasília. Agora, a bola da vez é o diretor de RH da Casa, João Carlos Zoghbi, que também pediu afastamento do cargo hoje, após a denúncia de que teria repassado seu apartamento funcional para um filho, recém-casado.

Poxa, o cara já tinha anunciado a intenção de devolver o apê e justificou que, por não possuir nenhum imóvel no Distrito Federal, tinha todo o direito a se credenciar para ocupar um dos imóveis funcionais do Senado, uma vez que ocupava função de diretor. O detalhe é que desde 1999, há 10 anos, ele ocupava o apartamento. É, com o salário que devia receber nesses 10 anos, não deu pra comprar um imóvel...

Mas Zoghbi já havia ganho notoriedade no ano passado, por ser um dos diretores com mais parentes empregados no Senado. Ele, que mantinha SETE parentes empregados, foi prejudicado com a decisão do STF de proibir o nepotismo nas três esferas de Poder. E, assim, teve de ver sua mulher, um filho, a nora e a cunhada perderam seus empregos.
Coitado do Zoghbi, mais um injustiçado do Planalto Central...

sexta-feira, 6 de março de 2009

Excomunhão Já!



Li agora há pouco que a pernambucana de 9 anos, que teve a gravidez de gêmeos interrompida, recebeu alta hoje. Mais do que a recuperação física da pequena, o que vem pela frente é um longo período de reconstrução psíquica dessa criança, que teve o infortúnio de ser violentada pelo próprio padrasto desde os seis anos e ainda engravidar de gêmeos.

A barbárie do ato desse verme, que se considera homem, não merece ocupar nem meia linha a mais, mas não consigo ficar incólume diante do assunto, que gerou tanta comoção, polêmica e dividiu opiniões mundo a fora. Como se não bastasse o que tem passado essa menina, que ainda brinca de bonecas, o conservadorismo hipócrita da Igreja Católica Apostólica Romana tentou ainda impedir a interrupção da gravidez, que colocava em risco a vida da guriazinha, devido à imaturidade de seu aparelho reprodutivo.

Pela pouca idade, a menina poderia sofrer uma ruptura do útero, hemorragia, além de alta possibilidade de ter bebês prematuros, risco de diabetes, hipertensão, eclâmpsia e ainda de se tornar estéril. O fato não foi suficiente para comover o arcebispo de Recife e de Olinda, que excomungou a mãe da guria, a equipe médica que fez o aborto, mas não o criminoso, que, segundo ele, não pode ser excomungado por ter cometido um crime.

O mesmo arcebispo chegou a dizer que tinha a “obrigação de proclamar as leis de Deus” e que, “embora os fins não justificassem os meios, a lei humana contrariava a lei de Deus, que é contra a morte”. E mais, saiu-se hoje com a seguinte pérola: “Esse padrasto cometeu um pecado gravíssimo. Agora, mais grave do que isso, sabe o que é? O aborto, eliminar uma vida inocente.”. SEM COMENTÁRIOS!

Apesar de excomungados (em pleno século XXI) pela igreja, os médicos que realizaram o aborto da menina fizeram todos os procedimentos com base na lei e conseguiram realizar a cirurgia com êxito, após interromper a gravidez com ajuda de medicamentos. De agora em diante, a menor ficará em Recife, aos cuidados de Ongs e do Estado – já que a omissão da mãe dela impede que continue sendo criada no ambiente desfamiliar.

O que mais me chamou atenção após a realização do aborto foi ouvir dos médicos comentários de que a menina passava bem e já estava “brincando com bonecas e panelinhas enviados pela mãe”.

O verme, que além da menina também estuprara a outra enteada, de 14 anos, foi indiciado por estupro qualificado e está preso no agreste de Pernambuco. A pena prevista no Código Penal para esses casos é de 15 anos de reclusão, mas a gente sabe que, infelizmente, não pode confiar no cumprimento da lei.

Essas notícias nos chocam, mas são muito mais corriqueiras do que se pensa, devido à degradação da sociedade. Logo após a divulgação do caso, outro ganhou as manchetes, ocorrido em Iraí, no norte do Estado, onde o “pai” adotivo engravidou uma menina de 11 anos, atualmente com sete meses de gestação. O outro verme, de 51 anos, foi indiciado pela polícia em janeiro e está foragido. Mês passado chegou a se apresentar e admitir o estupro, mas fugiu de vez.

A menina, que terá o filho, está internada em um hospital de Tenente Portela, na ala de grávidas sob risco moderado. A madrasta da menina percebeu a gravidez em novembro. Na época, a menina havia alegado que o filho era de um colega, mas acabou confessando o estupro posteriormente. No entanto, a família não chegou a solicitar o aborto à Justiça, previsto em lei nestes casos.

Não nutro simpatia alguma pela igreja católica, mas não pretendo batizar meus filhos ou casar na igreja, justamente por não concordar com essa instituição retrógrada e falida que... pra que serve mesmo?

EM TEMPO: Quem é excomungado fica proibido de receber sacramentos como batismo, comunhão, crisma e casamento. Pronto, ficha um para mim! Excomunhão já!

terça-feira, 3 de março de 2009

Homem X Cachorro e o sono dos justos (ou quase)


Fazendo um rápido prospecto das manchetes online, não é difícil constatar que as notícias negativas sempre se sobrepõem. Uma rápida passagem de olhos na rede e bingo: Amazônia perdeu área igual à metade da cidade de São Paulo em três meses; Criança morre em escola de educação infantil de Joinville; Assaltantes roubam dois bancos e fazem refém em Faxinalzinho.

Que notícia negativista traz mais ibope, todo mundo sabe, desde que o mundo é mundo. No jornalismo, quem não lembra do exemplo clássico do cachorro para explicar o que é notícia? Qualquer estudante da área, uma hora ou outra, vai se deparar com a premissa: “se um cachorro morder um homem isso é comum, portanto, não é relevante, não é notícia. Mas se um homem morder um cachorro, isso sim é notícia”.

Essa discussão, sobre o equilíbrio entre notícias negativas e positivas sempre gera muita controvérsia. No ano passado, lembro de ter lido que o Senado romeno havia aprovado uma lei requerendo limitar que a mídia local apresentasse 50% de notícias positivas.

Sério! A justificativa dos romenos era de que a medida podia ajudar na luta contra os danos das notícias negativas e seus efeitos sobre as pessoas. Demais né? O certo era partirmos de um pressuposto de que as notícias devem refletir a realidade, seja ela dura ou não. Claro que há excessos, mas até eles refletem o comportamento da nossa sociedade.

Na contramão do assunto, achei uma notícia tragicômica, para fechar o post sobre o peso das notícias:
Ladrão é preso dormindo dentro de um fusca em Lajeado (http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a2424951.xml).
O desastrado confirmou que não dormia há três dias, tempo no qual passou fumando crack, e acabou preso em flagrante por tentativa de furto, olhem a foto aí em cima! O detalhe é que ele havia sido liberado da cadeia no dia 11 de fevereiro, depois de cumprir pena de um ano, também por furto. Durma-se com um barulho desses!!