Pela primeira vez contarei com a nobre colaboração de uma amiga nesse humilde espaço. Com alegria, recebi esse texto da Claudinha, meio que timidamente, porém no mesmo embalo dos que tenho feito e postado por aqui.
Como todas as mulheres na faixa dos trinta e poucos, ela também tem se questionado sobre os rumos da vida, sobre escolhas, incertezas, desejos e cobranças da sociedade. Queremos parecer modernas, mas nem sempre o somos. Queremos mostrar independência, mas no fundo estamos loucas por alguém que nos cuide, queremos investir na carreira, mas choramos em casamento até de novela, enfim.
Sentimental, como bem diz o título do post dela, todas somos. Umas mais, outras menos, depende até da TPM. Mas, a verdade é que nem nós sabemos lidar bem com o papel que temos desempenhado nessa sociedade maluca, individualista e materialista na qual crescemos e nos inserimos.
Se é possível equilibrar vida pessoal com carreira, maternidade com anseio por liberdade, planos individuais com casamento, ainda não sabemos. Mas nem por isso deixaremos de experimentar e nos deixar levar por aí, certo? A vida está aí para ser vivida. Por isso, temos de nos permitir e ter em mente que ela passa muito rápido e que mal dá tempo de apertar o botão do pause, certo?
Boa leitura e obrigada, Claudinha, pelo texto abaixo! Mande mais!!
Sentimental eu sou...
moderna, mas sentimental
Por Claudinha
Embalada por um blog de uma super escritora que conheço e que tenho o prazer de chamar de amiga, me empolguei em me aventurar a traçar algumas linhas.
Dia desses estava assistindo ao filme Apenas uma vez, uma linda história que fala de sentimentos, mas totalmente atual e moderna. É um conto de fadas onde, pasmem, a mocinha não acaba com o príncipe encantado. “O filme é muito bom”, normalmente é isso que escuto com quem comento e que também já assistiu.
O filme me fez refletir a respeito dos sentimentos modernos... como assim no “the end” o casal não fica junto? E as pessoas gostam?
Aos meus olhos a explicação é simples. O príncipe encantado e a princesa têm outras prioridades e o envolvimento emocional, o sentimento e até a química que rola entre o casal não são convertidos em casamento, tornam-se boas lembranças de uma nostalgia gostosa dali pra diante. Aí vem o capitalismo, os compromissos profissionais, as carreiras.
Apenas uma vez agrada por retratar uma história feliz, envolvente, onde os destinos se cruzam, mas seguem paralelamente, cada qual em sua faixa, sem final feliz como as comédias românticas estreladas por Julia Roberts.
Fiquei pensando em mim mesma, em algumas amigas que se identificaram tanto com o filme. Os sentimentos produzidos por nós resistem aos tempos modernos, mas diante desta mesma capacidade de amar, respeitar, amar mais um pouco e tudo mais, me vejo tendo que fazer escolhas cruéis entre minha carreira e minha vida pessoal com uma certa frequência que assusta.
Será que é possível ser feliz deste jeito? E quem disse que a felicidade está no equilíbrio? Tem que ser equilibrado? Acredito que o filme seja um conforto e uma resposta muito legal às quebras de paradigmas.
Gostei muito porque ajuda na reflexão de mulheres que, como eu, curtem uma solteirice, mas contam os minutos para a maternidade; que vivem sob stress profissional, mas não abrem mãos da carreira... Mulheres que sabem que é possível estar feliz em meio a toda essa loucura, nem que seja apenas uma vez.