terça-feira, 27 de abril de 2010
Conversando com as nuvens
A última vez que peguei um avião , há exatos dois meses, tinha ele ao meu lado. Hoje, viajo para me desvencilhar das lembranças, pelo menos por um tempo. Nunca pensei que a fuga fosse necessária, nunca a considerei uma opção. No entanto, hoje aposto nela como uma chance momentânea para tentar colocar a cabeça em ordem, enquanto aguardo uma explicação que ainda não veio.
Em uma semana mudaram o curso da minha rotina e esqueceram de me avisar. E agora? Me sinto como aquela passageira que perdeu o trem no último minuto, como a menina que não foi convidada para a festa dos coleguinhas, como a mulher que segue presa em um universo paralelo. E como sair dele, alguém pode me dizer?
E mais, alguém pode me ensinar o que fazer com as lembranças tão latentes, com os cheiros e a voz que ainda sinto e escuto quando fecho os olhos? E o que fazer com os planos, as risadas deliciantes, os filmes a serem assistidos, as fotos que dominam minha mente, os passeios de ontem?
E como fazer para bloquear convivências, evitar lugares e desligar o botão? Por que nenhum meteorologista previu a tempestade que viria? Por que falharam os oráculos?
Lá embaixo a metrópole vai ficando pequenininha, enquanto deixo mais uma lágrima presa no olho.
Quem dera nas nuvens eu encontre uma resposta.
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5 comentários:
Oi Fernanda, obrigada pelo comentário e pela força!
Bem, estava lendo teu post e me vendo em meio a mudanças que também busco entender, gostaria também de encontrar respostas por enquanto estou como você aprendendo a conviver com saudades e lembranças!
bjs
Que essa fuga sirva pra te dar mais alento,e que vc tenha sua paz de espírito de volta em breve.
Por vezes a vida nos apresenta problemas que consideramos insóluveis...mas dê tempo ao tempo que essa mesma vida se encarregará de te trazer a solução e o conforto que tanto precisa!
Beijo!
Vale tudo... Inclusive fingir que não sente nada...
"Uma mentira contada várias vezes vira verdade"
Boa sorte!!
obrigada meninas!
bjs a todas
Não é fuga, é recolhimento. E muito necessário ao longa da vida. Já tive vários períodos assim e provavelmente se hoje estou viva foi por causa deles.
E mais, alguém pode me ensinar o que fazer com as lembranças tão latentes, com os cheiros e a voz que ainda sinto e escuto quando fecho os olhos? >> O tempo é o melhor remédio: tudo passa, tudo mesmo. As coisas boas e ruins.
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