terça-feira, 4 de maio de 2010

Da montanha russa ao mergulho


Ao final desse dia a sensação que fica é de que passei por uma montanha russa de emoções. Acordei melancólica, tive um embrulho no estômago que me impediu de almoçar e logo depois meio que estabilizei os sentimentos. Chorei um pouco no sol, li outro tanto e agora driblo a exaustão emocional traçando essas linhas.

Uma rápida volta na rua à tarde e a vontade de voltar pra casa me dominou. Trabalhei um pouco, mas permaneci com aquela sensação estranha de novo. Não quis ser simpática com ninguém, tampouco me esforçar para isso.

Fechei uma semana nesse esconderijo temporário e tenho saudade de casa, das pessoas queridas, da correria. Sei que precisava me dar esse tempo, respeitar meu ritmo interno e começar a curar a ferida longe de tudo. A acolhida não podia ter sido melhor e São Paulo é sempre um bom lugar para se ocupar a mente.

No entanto, ainda me fica aquela sensação de estar vivendo uma vida que não é mais minha. De estar protagonizando um roteiro desconhecido, de pisar em um terreno incerto, de respirar um ar que sufoca.

As vezes sinto como aquela criança que mergulha pela primeira vez, enche os pulmões de ar, fecha os olhos e quando os abre não sabe muito bem onde está. Não sabe muito bem que rosto procurar fora da piscina, a quem pedir uma toalha pra se secar.

Se eu disser que só de pensar nisso não fico com frio na barriga, vou estar mentindo. Mas, com certeza, não será a primeira nem a última vez que passarei por isso. Não lido bem com o frio na barriga, tenho enjôo, fico ansiosa, mas a vida é isso, não?

E o que seria da gente se estivéssemos sempre seguros, certos do que vai acontecer e prontos para driblar qualquer obstáculo? Se o caminho que está traçado fosse previsível, a gente não teria por que acordar de manhã com aquela sensação de que algo de muito bom está por acontecer, de que pessoas legais vão cruzar nosso caminho, de que viagens serão planejadas, de que abraços apertados serão trocados, de que muito riso e muito choro ainda virão e de que, depois de tudo isso, a gente vai olhar pra trás e conseguir dar um largo sorriso ao pensar nos dias de hoje.

E é exatamente isso que penso agora, nesse momento, pela primeira vez nesses dias doidos. Acho que respirei fundo, como naquele mergulho, e ao abrir os olhos me dei conta de que não quero mais procurar o rosto de ontem, e sim imaginar uma nova silhueta segurando a minha toalha. Tenho tanta vontade de mergulhar sim e acho que não vai demorar muito pra que eu tome coragem e pule de novo do trampolim!

4 comentários:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Fernanda, fiquei feliz com sua visita e seu comentário!

Acredito que tudo se encaminha, mas, a gente precisa arranjar aquela forcinha prá coisa começar a andar... acho que você está fazendo isso, lutando para sair dos momentos difíceis e o melhor, enxergando o quanto de coisas e pessoas boas tem na sua vida. O quanto você tem a crescer e oferecer, o quanto você pode descobrir nos outros e em você, o quanto tem gente sorrindo na rua... prá você, já pensou nisso? Pois é, se não pensou, pense. As vezes a gente nãos e dá conta de como coisas maravilhosas acontecem a cada segundo dos nossos dias.
Mergulhe messssssssssssmo kkkkk
bjs

3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Dá-lhe, Fernanda!!!! Ter vontade é o primeiro passo, adorei.

Beijão,

Bela - A Divorciada

Anônimo disse...

Altos e baixos - todos brincamos nessa montanha russa da vida.
O mergulho em nós mesmos alivia as tensões, lava a alma. Por isso, prepare-se para a subida. Ela é ingreme, mas vale a pena!
Bjs.
;)

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Fernanda, ganhei um selinho e estou dando prá você também, passa lá e pega! bjs