sábado, 1 de maio de 2010

Liberando arquivos da memória



Apesar de já conseguir dormir melhor, minha cabeça tem tido dificuldade para desligar de tudo o que tenho vivido. Prova disso foi o sonho que tive essa noite. Vestida de noiva, eu me via na festa do meu casamento, rodeada de gente querida, amigos, familiares, mas sem o principal: o noivo.

Na cena derradeira do sonho, minha mãe se aproximava de mim e dizia que o meu potencial noivo havia deixado um recado, avisando que estava confuso e que não se sentia apto a enfrentar a cerimônia. No entanto, outros três candidatos a noivo aguardavam em uma sala ao lado do salão da festa pela minha escolha da noite. Nossa, que pesadelo!

Acordei um pouco atordoada e, obviamente, com várias imagens e lembranças pipocando na cabeça e atrapalhando meu sono. Fiquei tentando entender como algumas pessoas conseguem se desvencilhar de suas vidas de uma hora para a outra. Como apagam, em um piscar de olhos, o que foi vivido até então e passam a adotar uma postura e um diálogo antes inimagináveis. Como descartam pessoas que antes pareciam ser uma extensão de si próprias. Enfim.

Fiquei pensando se realmente uma pessoa pode chegar a conhecer a outra de verdade, plenamente. Porque, atualmente, tenho dificuldade em obter essa resposta. Os dias estão passando, uma semana já foi, mas as perguntas ainda martelam na minha mente.
Ao mesmo tempo, travo uma verdadeira luta entre o que sinto e o que quero sentir. Um misto de saudade, de melancolia e de dúvida. Vontade de deletar parte da memória, de liberar arquivos.

Lembrei daquele filme Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças e desejei,por minutos, poder decidir o que guardar e o que jogar fora. Mas, sei que essa escolha não é minha e que, logo mais, as coisas tendem a parecer mais nítidas.

No momento, apesar de tudo, sinto saudade da vida que tinha há uma semana. E, se minha mente e meu coração ainda estão presos a essas lembranças, vou respeitar e deixar o tempo se encarregar delas. Hoje, aqui no refúgio que encontrei para por a cabeça no lugar, é hora de respirar fundo e tentar ver o mundo com outros olhos. Desejem-me sorte!

2 comentários:

flavia:) disse...

Muita muita muita muita SORTE! ;)

Tatiana disse...

Querida, um recomeço quase sempre é doloroso e difícil, mas acredito muito no ditado que diz que o tempo cura tudo. E como diria Chico Buarque: "amanhã vai ser outro dia..." Sorte pra você!