segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Chuvarada


O som da chuva me acalma
A água da chuva lava a alma
O vento, no entanto, espalha a água
Que aumenta a poça na calçada

Em dias de chuva, fico sonada
Os carros, imersos, submarinos
A vontade é uma só, teus beijos molhados
Que guarda-chuva nenhum de mim protegem

Quando pára a água o cenário é o mesmo
Escorrem traços de nós dois
Sozinhos, ao longe, tempestade
Unidos, fortes, calmaria
Nem os pingos da chuva nos atingem

A capa de plástico de nada adianta
umidade quente no corpo a secar
Os pés descalços na grama fria
São como dois peixes longe do mar

A chuva cessa, o mormaço retorna
Buzinas, sirenes, a vida a brecar
De volta à janela, o desejo é o mesmo
Que volte a chuva para me acalentar

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