segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Nós fazemos as escolhas e as escolhas nos fazem


Os rumos que a vida da gente toma dependem das escolhas que fazemos e isso não é nenhum clichê.
Já pensou se ao invés de determinada profissão você tivesse seguido outra? Se aquele beijo tão esperado não tivesse acontecido?
Se você tivesse ouvido seu espírito aventureiro e viajado pra outro continente? Se, se, se...

Pois ontem revi Efeito Borboleta, filme de 2004, que conta a história de um cara com problemas de memória e que descobre que é possível voltar ao passado lendo diários escritos por ele na infância. O personagem começa a sofrer blackouts de memória quando passa por pressões emocionais. Daí apaga e, quando volta, não lembra de nada do que aconteceu... por isso a sugestão de escrever os diários, pra tentar recuperar as lembranças esquecidas. A partir daí, ele vai resgatando memórias e tentando interferir no curso dos acontecimentos.

Eu não lembrava, na realidade não tinha visto o filme inteiro antes, mas logo no início soube que se baseava na teoria do caos, que, com ajuda do meu personal expert para assuntos aleatórios mega interessantes, descobri ser aquela tese que fala que a evolução da ordem de um sistema depende de sua situação inicial. Ou seja, o movimento das asas de uma borboleta lá na China pode vir a causar um furacão nos EUA, influenciar na ordem natural das coisas. Interessante, né??

Claro que tudo isso foi baseado em estudos de gráficos sobre movimentos caóticos, cujas marcações, descobri hoje, têm formato de borboleta. Complexo para nós, leigos, mas, na prática, o efeito borboleta me deixou cheia de divagações ontem. Não cheguei a sonhar, pelo menos não que eu lembre, mas durante o dia, no trajeto para o trabalho, no elevador, e até poucos minutos antes de me deter neste post, me deparei pensando naqueles “ses” do início. Tenho certeza que hoje sou muito mais feliz do que ontem, mas admito que nem sempre fiz as escolhas mais sensatas ou que me encaminhassem para chegar nesse ponto.

O amadurecer e a vida em si são reflexos das escolhas que fazemos. Boas ou más e até forçadas pelas condições em que o curso da vida acontece. O que não podemos é nos apegarmos às escolhas não tão exitosas ou nos tornarmos fracos por conta delas. A insatisfação é inerente ao ser humano e a nós só restam duas saídas: a lamentação eterna por ver que determinada escolha fora em vão ou sermos felizes a partir do que temos e somos, a partir da nossa realidade. Lembrando que ela, graças a Deus, não é imutável!

A felicidade pode e deve residir no real e cada segundo que ultrapassamos cria uma possibilidade concreta de alcançá-la. Mas não podemos dormir no ponto, as escolhas são para ontem, pois a vida passa muito rápido, como o bater de asas de uma borboleta.

Um comentário:

Alvaro Neto disse...

Foi o texto de que mais gostei até agora. Simplesmente impecável.

Agora que entrou pela toca do coelho, é bom saber que essa viagem só termina quando acaba!

:)