segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Livro higiênico ou papel livro?


A Wikipédia define:


Papel higiênico é um tipo de papel fino utilizado na limpeza íntima após as evacuações. Pode ser perfumado ou não, e costuma ser vendido em rolos. Antes de sua invenção, que data do século XIX, as pessoas costumavam fazer a sua limpeza com folhas de alface, água e por vezes sabugos de milho. Diz-se que o papel higiênico foi inventado na China, em 875, mas a invenção também já foi atribuída ao americano Joseph Gayetty, de Nova Iorque, que a teria concebido em 1857.

Pois bem, se tem uma coisa que me tira do sério é papel higiênico de banheiro público. E não estou falando de qualquer banheiro público, mas, por exemplo, o da Assembleia (agora sem acento!) Legislativa, o qual freqüento diariamente, o do hospital (particular!) Mãe de Deus – que, infelizmente, tive de testar na semana - e os de shoppingcenter, geralmente.

Não bastasse o constrangimento de ter de pôr o nosso rico popozinho num banheiro qualquer, perco as estribeiras quando começo a puxar o papel - aquele tradicional, uma variação entre lixa, pedra pome e papelão – e ele rasga, de tão bagaceiro!

Tento mais uma vez e tsc, fico na mão com uma lasca que não dá pra secar nem uma lágrima. Mais uma meia dúzia de tentativas até eu ter que, evocando o Dalai Lama, sustentar o papel delicadamente com uma mão e, com a outra, rasgar um pedaço decente para uso. Nossa, tem que ter técnica até para usar o papel higiênico!

O que me irrita é saber que os burocratas, geralmente masculinos, que autorizam com suas canetas Mont Blanc a compra de materiais para uso coletivo, como o papel higiênico, não fazem idéia de como essa economia burra sai mais caro. Sim, porque nas inúmeras tentativas de conseguir usar o papel, a gente acaba rasgando alguns centímetros e centímetros... sem contar a irritação que esse exercício de paciência causa na mulherada.

Meu pai também tinha essa horrenda mania de economizar no papel que a gente usava em casa. Claro, ele não passava nem 10 horas em casa, nem usava papel, tava, literamente, se lixando para a marca ou a aspereza do papel que as três mulheres da casa, mais a empregada, e o meu irmão usavam em casa. Mais um exemplo da economia boba!

Poxa, papel higiênico tinha que ser artigo considerado nobre. É essencial, é quase vital. Poderia, por isso mesmo, ser melhor valorizado nos almoxarifados, considerado artigo de primeira grandeza. Não acham? Ou vai me dizer que ainda estão naquele tempo do “não faz mal, não faz mal, limpa com jornal”? D-U-V-I-D-O!

Lembro de ter lido uma vez que uns artistas espanhóis inventaram, mesmo que por brincadeira, o papel higiênico literário, o que dava um componente moderno e ainda mais útil ao velho hábito de ler no banheiro. No caso do papel catalão, a idéia havia sido comprada por uma empresa, que lançou rolos especiais, nos quais apareciam impressos clássicos da literatura mundial para, digamos, entreter o usuário durante o tempo de permanência no banheiro. Não parece uma boa idéia???

Se não em engano, na época, os rolos eram vendidos a poucos euros e o “leitor” podia escolher não só os textos, mas também a cor do “livro-higiênico”. A empresa ficou até famosa...
Quem sabe não tasco essa sugestão para as ouvidorias da Assembleia, do Mãe de Deus e de algum shopping?

Um comentário:

Alvaro Neto disse...

Pela volta do Bidê! Neve, neve, neve!