terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Férias mentais


Depois de três anos sem férias, juntei uns dias entre Natal e Ano Novo e consegui – embora não por completo, já que existe a praga do telefone funcional – me desligar do mundo do trabalho. Um pouco de sol, barulho do mar, alimentação saudável e companhias pra lá de agradáveis foram essenciais para que meu cérebro também entrasse em férias, sem receber nenhum tipo de informação que me atualizasse sobre o mundo.

Jornal, não li. Tv quase não assisti e internet nem existiu nessa minha providencial parada. Nem os congestionamentos inimagináveis no retorno das férias pareciam capazes de estragar meu bem-estar e a onda zen que tomou conta de mim. No entanto, dois dias de volta à labuta bastaram para que eu me tornasse irritadiça, tivesse um sono agitado, dores pelo corpo e muita, muita preguiça.

Pronto! Engordei as estatísticas.. as férias acabaram e me deu um um cansaço profundo... será que estou com depressão pós-férias????

Brinquei comentando isso com os colegas mais próximos e não é que descobri que a tal doença existe! Existe e a cada ano atinge 35% dos trabalhadores de todo o mundo!!!

Esse tipo de depressão foi detectada por pesquisadores espanhóis da Universidade de Valencia e é encontrada mais facilmente em jovens, mulheres e crianças. A síndrome é considerada uma depressão clássica e não necessita de tratamento, já que não dura mais de uma semana. UFA!!!!

Pesquisando no fantástico mundo do Google, decobri que existe ainda a chamada Síndrome do Lazer. Só que essa atinge os workaholics (cerca de 5% da população) e é identificada pela presença de crises de ansiedade, angústia, dores de cabeça ou musculares, náuseas e fadiga quando estão em férias, durante feriados e finais-de-semana. AHAM!

Desse mal, eu não sofro! Adoro me sentir produtiva, trabalhar, mas já faz tempo que percebi que vender ou acumular férias tem apenas um fim: danos à minha saúde mental! Ser workaholic pode ser um vício, uma compulsão, e a compulsão nunca é saudável.

Quantas pessoas você conhece que só falam no trabalho? Que não conseguem relaxar ao sair daquele ambiente e que voltam do final de semana cheios de idéias “brilhantes” que tiveram para aplicar ma empresa??? Por favor... Quem me prova que ser workaholic é ser mais produtivo? Como uma pessoa que deixa sua vida pessoal, afetiva, familiar e social em segundo plano pode ser feliz e saudável?

Os especialistas sugerem aos trabalhadores adotarem hábitos saudáveis e até pequenos momentos de relaxamento durante o expesiente. No meu caso, alimentar o blog tem sido uma verdadeira válvula de escape. Dar uma olhada na janela para ver o sol, uma caminhadinha pelo corredor ou até uma ida ao banheiro para fazer um alongamento também podem ajudar a atingir as tão sonhadas férias mentais.

Embora eu ainda tenha muito a aprender e a avançar nesse sentido, acredito que o trabalhador ideal é quele que consegue compartilhar bem seu tempo entre o trabalho, o lazer, o corpo, a mente, a família e os amigos. Já comecei a me planejar para atingir essa meta!
E ainda faltam 3 dias para acabar a semana...

3 comentários:

Alvaro Neto disse...

Como não ficar deprimido depois de deixar a vida como ela devia ser para cair na vida como ela "é"?

Desafio de uma vida: achar uma maneira de burlar o sistema, extraindo dele o que é útil e necessário, sem vender(nem alugar) a alma.

nome disse...

oi... sou amiga da flávia. nós somos colegas de al. muito massa teu blog!!! concordo plenamente com o lance do crescimento da produtividade se o trabalho está bem equilibrado com o lazer, com o merecido descanço. quando penso nisso, sempre me vem a mente a imagem de um cara, funcinário da google, andando de patinete em pleno horário de expediente, hehehe.
bj Ju

Juliana Carvalho disse...

ae! adorei a visita no meu blog!
até outra cruzada no elevador!
bjs Ju