Ontem, voltando do feriado pela estrada, ouvi até meu destino um CD tirado do fundo do baú, uma coletânea ótima do Legião Urbana (Mais do Mesmo, 1998), que me fez pensar- e muito. Primeiro sobre a genialidade do Renato Russo, seu timbre, suas letras e a qualidade dos músicos que formavam a banda, ainda, sem dúvida, uma das melhores da história do rock brasileiro.
Fiquei pensando que é uma pena que centenas de jovens nem saibam quem foi Renato Russo ou o Legião e o quanto estão perdendo. Também fiquei com vergonha só de lembrar da falta de qualidade das bandas que emergem diariamente no cenário nacional e, pior, fazem sucesso, vendem CDs e entopem os ouvidos da gurizada.
No entanto, o que mais me chamou a atenção foi o poder das letras das canções do Legião. Seja as que falam de amor, as que retratam o víeis depressivo do autor e, principalmente, as mais críticas, como a excelente Que país é este, lançada em 1987. Além do saudosismo, me bateu um pavor quando me dei conta que a música está por completar 22 anos. Vinte e dois (!), caramba, e está mais atual do que nunca, o que é triste.
Em mais de duas décadas muita coisa mudou, com certeza, mas, como diz o primeiro verso da música, “Nas favelas, no Senado, Sujeira pra todo lado...”. É vergonhoso ter de admitir que mesmo com a redemocratização, a eleição de um “trabalhador” para a Presidência, a estabilidade da moeda, o quadro, no geral, não sofreu tanta alteração assim.
Nesse tempo todo, a política continua dando desgosto para o pobre brasileiro, otimista de nascença, que não desiste nunca. Caiu o primeiro presidente eleito pós-ditadura, reelegemos pela primeira vez um novo, intelectual e com cara de benfeitor, até o trabalhismo lograr êxito. E aí, para quem achava que a justiça seria feita, pimba, veio crise em cima de crise, é mensalão, é trato com empreiteiro, é lobby nas telecomunicações, é bolsa-fome distribuída até pra quem não passa fome, ...“mas o Brasil vai ficar rico, vamos faturar um milhão”, já dizia Renato Russo.
Costumo sempre evocar a Polyanna Moça- aquela menininha otimista dos livrinhos pré-adolescentes da Eleanor Poter- e manter meu otimismo sempre, mas confesso que pensar na música e sua atualidade tamanha, me deixou com medo... não do que virá, mas do presente. Toc,toc, toc, mangalô três vezes!
Fiquei pensando que é uma pena que centenas de jovens nem saibam quem foi Renato Russo ou o Legião e o quanto estão perdendo. Também fiquei com vergonha só de lembrar da falta de qualidade das bandas que emergem diariamente no cenário nacional e, pior, fazem sucesso, vendem CDs e entopem os ouvidos da gurizada.
No entanto, o que mais me chamou a atenção foi o poder das letras das canções do Legião. Seja as que falam de amor, as que retratam o víeis depressivo do autor e, principalmente, as mais críticas, como a excelente Que país é este, lançada em 1987. Além do saudosismo, me bateu um pavor quando me dei conta que a música está por completar 22 anos. Vinte e dois (!), caramba, e está mais atual do que nunca, o que é triste.
Em mais de duas décadas muita coisa mudou, com certeza, mas, como diz o primeiro verso da música, “Nas favelas, no Senado, Sujeira pra todo lado...”. É vergonhoso ter de admitir que mesmo com a redemocratização, a eleição de um “trabalhador” para a Presidência, a estabilidade da moeda, o quadro, no geral, não sofreu tanta alteração assim.
Nesse tempo todo, a política continua dando desgosto para o pobre brasileiro, otimista de nascença, que não desiste nunca. Caiu o primeiro presidente eleito pós-ditadura, reelegemos pela primeira vez um novo, intelectual e com cara de benfeitor, até o trabalhismo lograr êxito. E aí, para quem achava que a justiça seria feita, pimba, veio crise em cima de crise, é mensalão, é trato com empreiteiro, é lobby nas telecomunicações, é bolsa-fome distribuída até pra quem não passa fome, ...“mas o Brasil vai ficar rico, vamos faturar um milhão”, já dizia Renato Russo.
Costumo sempre evocar a Polyanna Moça- aquela menininha otimista dos livrinhos pré-adolescentes da Eleanor Poter- e manter meu otimismo sempre, mas confesso que pensar na música e sua atualidade tamanha, me deixou com medo... não do que virá, mas do presente. Toc,toc, toc, mangalô três vezes!
3 comentários:
Demais... eu lembrei agora, com 13 anos eu indo lá comprar o vinil no centro do Rio de Janeiro... desde aquele tempo o Brasil é o país do futuro e pelo jeito continuará sendo!
Hey! Tenho 17 anos e amo de paixão Legião :D na verdade, o que mais orgulho de mim mesma no momento é não entupir meus ouvidos com essas bandas de agora que fato, são horriveis e vendo CDs não sei como.
amei seu post :D espero um dia conseguir escrever igual você.
=*
Gostei do post e adoro Legião,Renato, Dado, Bonfá.
Mas refleti Muito sobre uma frase que Renato diz nos minutos finais da música "1965(duas Tribos)", a frase é "eles gastam mais dinheiro com propaganda do que comprando comida para quem precisa"e é verdade pois é uma fortuna gasta em uma propaganda o que poderia ser usado em uma campanha para alimentar famintos.João(14 anos).
ouçam legião urbana que é pura cultura.
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