terça-feira, 9 de junho de 2009

Felicidade plena X culto à beleza

Sou totalmente favorável às cirurgias plásticas, lipos, tratamentos e correções estéticas que podem fazer com que mulheres comuns ganhem um sopro extra de autoestima, passem a se gostar mais ou superem um trauma. No entanto, não consigo entender o que faz com que mulheres absolutamente lindas, como atrizes, modelos e candidatas a misses recorram a cirurgias para consertar algo que apenas elas e os olhos doentes e espertos de seus agentes, empresários e os tais missólogos veem.

Exemplos de procedimentos cirúrgicos mal-sucedidos ou que transfiguram e até mutilam belezas são muitos, é só procurar. Assim como falsos plásticos em atuação ou médicos gananciosos que aceitam fazer qualquer tipo de cirurgia para agradar às pacientes e engordar seus cofres.

Digo isso por conta da polêmica envolvendo a bela Bruna Felisberto, miss Rio Grande do Sul que, depois de amargar um sexto lugar no concurso Miss Brasil, resolveu abrir o berreiro e reclamar das cirurgias que fez para melhorar o que já estava bom.

Depois de passar por pelo menos oito procedimentos – além de duas cirurgias no nariz, colocação de silicone nos seios, lipoesculturas, botox, enxerto de gordura nas nádegas e maxilares, e uma abrasão com lixa de diamante para tirar marcas do rosto - Bruna admite estar incomodada com sua aparência e reclama que o nariz teria ficado muito pequeno. “Não reclamei antes porque não achava oportuno e não queria fazer do meu reinado um escândalo”, declarou à imprensa.

Já faz tempo que a busca da perfeição é regra nos concursos de beleza e no showbusiness e que a obsessão por corpos sarados e rostos impecáveis deprime e destrói a vida de milhares de mulheres. Claro que sempre temos como melhorar, mas o que importa mesmo é nos sentirmos belas e não apenas parecermos.

O culto à beleza é hoje algo imperativo, principalmente para as mulheres. O bonito é ser malhada, magra, bronzeada, loira. O que devo fazer, se não sou nenhuma Gisele, me jogar na frente do primeiro ônibus que avistar? Reconheço minhas imperfeições, sou a rainha da preguiça, mas preconizo o meu bem-estar acima de tudo.

Se a calça começa a apertar e o vestido não cai mais tão bem, fecho a boca e me controlo. Foi-se o tempo em que comer um doce a mais me tirava o sono. Aprendi a me permitir e a conviver comigo exatamente como eu sou, saudável com meus quilinhos a mais e sem paranóias das cicatrizes que ficaram de um acidente recente. Faria uma lipo, com certeza, não sou louca nem nada, mas ainda tenho muito a caminhar até, de fato, avançar ao ponto de adotar esse recurso – e nem sei se um dia o farei.

Volto a repetir, não condeno as inúmeras Brunas que se arrependem ao não se reconhecerem mais diante do espelho, depois de tantas plásticas, mas não consigo entender o que têm a ganhar apelando para o ataque direto aos cirurgiões que elas mesmas procuraram, em busca da beleza ideal que tanto almejam. Beleza ajuda, faz bem, obrigada, mas não sustenta a índole e o caráter, nem é garantia de felicidade plena para ninguém.

6 comentários:

Unknown disse...

Oi, Fê! Muito bom o texto. Concordo contigo plenamente. Beijoss

Marla Gass disse...

Apoiada!
(E eu ainda ponho silicone! Hehehehe)

Alvaro Neto disse...

Se as mulheres soubessem como nós pensamos... iam poupar tempo e dinheiro :)

Unknown disse...

Tenho 24 anos e penso como você: acho que a cirurgia plástica está aí pra ajudar e não pra prejudicar. Tenho vontade de fazer, mas não tenho coragem, então prefiro deixar como está.

Temos que nos valorizar sim! Mas valorizar quem somos, nossos principios, nossa ética, enfim, nós mesmas e não somente a beleza física.

Todas as mulheres deveriam preferir estar com homens que exaltassem a sua essência e não a sua beleza, até porque ela é passageira.

Beijos

Fernanda disse...

é isso aí, Tatiana! O negócio é convencer amigas, irmães e colegas de que o excesso é perigoso! abração

Unknown disse...

Da mesma forma que vc não entende o motivo de artistas, famosas lindas, o que seja fazer cirurgias para corregir o que quase ninguém vê, assim ocorre com as demais pessoas que mudam qualquer parte do corpo. O que é bonito, ideal, adequado.. é pessoal, então é ridículo se posicionar a favor das cirgurgias para aquelas pessoas que não possuem um corpo atlético, um nariz que incomoda.. e aí vai e não estar a favor de que atrizes ditas "lindas" façam o mesmo. A satisfação é pessoal. assim como um gordo não pode estar satisfeito pelo fato de ser gordo, outro gordo pode ser totalmente satisfeito por ter o que tem tem. Isso depende do que incomoda cada um em sua própria estética.