segunda-feira, 8 de junho de 2009

Idiossincrasias do reaprender-se


Quando se ama, nunca mais se é o mesmo de antes, pois passa-se a ser e a ter um pouco do outro também. Nos tornamos pessoas diferente e nos sentimos indestrutíveis. Problemas no trabalho? Brigas em família? Saldo negativo no banco? Tudo fica pequeno e sem tanta importância quando se está a dois.

Sentimos que, realmente, nunca mais estaremos sozinhos, mesmo quando isso implica em estar, fisicamente, a quilômetros de distância do ser amado. Rimos por qualquer coisa, planejamos a melhor forma de aproveitar o tempo juntos e pensamos sempre no outro a cada coisa boa que vemos, provamos ou que acontece. O sentimento de querer compartilhar torna-se cada vez maior e qualquer motivo é motivo para.

Se tentamos achar o par em meio à multidão, abrimos um sorriso largo ao identificar o rosto conhecido. É inevitável, não adianta tentar burlar a regra. Os abraços ficam cada vez mais apertados e a vontade de entrar, de verdade, no outro é só uma questão de tempo.

Quando se ama, os defeitos são minimizados e a qualidades multidimensionadas, a vontade de estar com o outro é tanta, que mesmo tendo a sorte de vê-lo diariamente, o tempo nunca parece suficiente. Temos de ouvir a voz durante o dia, trocar mensagens e e-mails e, mesmo assim, não há quem não se pegue contando no relógio os segundos que faltam para o desejado encontro.

Quando se ama, não se passa mais frio, acordar cedo não é problema e o braço do outro é cada vez mais necessário. Nos tornamos mais generosos, menos apegados às coisas e muito mais dispostos.

O caminho é longo? Não tem problema. O programa é de índio? Sem estresse. Se achava expert em determinado assunto? Ledo engano, sempre há o que aprender com o outro.

Nesses tempos de crise, financeira, moral e social, cheguei a uma conclusão. Os problemas, os medos, os “talvez” estão em segundo plano. Hoje, estar junto basta e a palavra de ordem é reaprender-se com o outro.

3 comentários:

Marla Gass disse...

Multiplique tudo isso por um milhão. Aí, talvez, cheguesperto de entender o que é ter um filho, minha flor. É tudo isso e mais um pouco: fazer comida às 2h da manhã?! Beleza! Acordar às 8h em pleno domingo de frio?! Vambora!
Queda de avião, crise financeira, saldo curto?! O que é isso quando se tem o próprio coração vivendo fora do nosso corpo? E sorrindo. E quentinho.
Definitivamente, é um constante apaixonar-se.

Alvaro Neto disse...

Bom, Madre Teresa de Calcutá dizia que quando está doendo um pouco, de tanto se doar, é porque vc está amando realmente, este é o amor de verdade.

Amor é energia que se renova, se transforma e nunca se perde.

Lindo texto!

Fernanda disse...

lindos comentários, dois dois! beijos